quinta-feira, 20 de outubro de 2011
Reforma política: chegou a hora?
quinta-feira, 8 de setembro de 2011
Controle da mídia: a verdade segundo o PT
Você certamente já ouviu falar da boca de um petista como o partido foi importante na luta pela liberdade durante o período militar, especialmente no momento em que pegaram em armas e foram taxados como terroristas pelo autoritário Estado brasileiro. Pois é, agora os mesmos "libertários" estão no poder e desejam censurar a mídia livre, tal como criticaram no passado. Porém, incrível é como estes defendem isso com ridícula naturalidade e, pior, caro leitor, com argumentos de que não são as mídias que tem de se dirigirem livremente, mas que o "povo" é que deve dirigir as mídias. Para início de conversa, você não se encontra na definição de "povo" dos petistas. Para eles, povo são aquelas minorias revolucionárias contempladas pelo PNDH-3, ou seja, os movimentos ditos sociais como o MST, os GLBT e os abortistas. São momentos como este que demonstram o verdadeiro caráter daqueles que foram patologicamente consumidos pelo demônio marxista, e que insistem em empurrá-lo goela abaixo.
Voltando à luta libertária, muito o PT se vangloria pela conquistada liberdade, mas pouco fez por ela. A Constituição de 1988, que seria o ponta pé do re-estabelecimento da democracia nacional, não foi assinada pelos membros do PT na Assembléia Constituinte, uma atitude patética que demonstra a indiferença de se usar da phylia como instrumento na política e da imatura falta de reconhecimento de que seus ideais totalitários não faziam parte do desejo da maioria.
Mas, no poder, a execução dos planos petistas se modificou, em razão do olhar agora mais abrangente e dominante das circunstâncias de quem ocupa o assento máximo do Estado. Assim, o partido viu a impossibilidade de proceder com a sua "revolução" recheada de discursos bolcheviques, após a péssima imagem deixada pelo regime genocida e totalitário da antiga União Soviética. Foi aí que o PT começou a aplicar plenamente a doutrina de Antonio Gramsci.
A doutrina gramiscista, por sua vez, assevera que o regime marxista só poderá ser implantado se o marxismo descer à camada cultural da sociedade e contaminá-la para que a luta por um mundo utópico seja algo meramente natural. Funcionou: o PT foi eleito e ainda fez uma parte da sociedade, movida por um intelectualismo vazio, falar a sua língua, embora o partido ignore o fato de que o nazismo executou plano semelhante.
Goebbels, ministro da propaganda nazista, afirmava que uma mentira dita mil vezes "se torna" verdade, mas o gramiscismo aceita a mentira justamente porque ela se justifica com a desigualdade social que se perpetua na história. Assim, quando o partido mensaleiro vem com razões absurdas para regular a mídia dentro de um Estado Democrático de Direito, ele torna uma outra verdade que por consequência não é de fato verdade, mas um mero instrumento relativista que finaliza convencer a sociedade de que existe mais de uma verdade ou nenhuma verdade.
Ora, leitor, se um homem comete adultério não pode ser verdade que a esposa, na pior das hipóteses, é a culpada, vez que o erro é próprio à pessoa do adultero, o que reforça a idéia que a verdade é uma só. Mesmo assim, agora o PT quer convencê-lo de que a liberdade pode ser destruída em prol dos socialmente oprimidos, e que por consequência existe outra solução, diferente das soluções moralmente boas que nos garantem direitos plenos e fundamentais. Assim, resumimos que para se ter Marx na cabeça, é preciso não ter caráter em primeiro lugar, mas também que a vontade revolucionária dessas pessoas é muito maior do que a que se encontra em suas línguas e a que demonstram os seus punhos.
sexta-feira, 19 de agosto de 2011
A máfia verde fará ao Brasil uma proposta que ele não poderá recusar!
O título recorda a célebre frase de Don Vito Corleone, em O Poderoso Chefão, quando o mafioso tem certeza da execução de sua vontade desejada pela vítima, em razão da coação que esta irá sofrer. E assim ocorre em toda a América Latina e África: a máfia em questão age com vontade e força potestativa, conquistando milhares de jovens bonzinhos para a execução de seus planos, sejam eles de boa ou má intenção, maconheiros ou simpatizantes da legalização, rebeldes com ou sem causa ou simplesmente insatisfeitos com o sistema desigual e selvagem, fruto do capitalismo americano e do modelo de economia neoliberal malvada. O México a famiglia forçou a entrar no NAFTA, para que o país fosse superabastecido com o milho americano subsidiado, o que fez a agricultura local quebrar e nunca mais se recuperar. A África, rica em carvão e petróleo, é impossibilitada de explorar seus recursos em face aos seus capangas internacionais, que exigem que toda a sua vegetação seja preservada, mesmo que isso custe a vida de milhares de africanos que necessitam urgentemente plantar para comer. Não estou falando de mafiosos sicilianos, estou falando das ONGs internacionais ecofundamentalistas, e, sim, elas já chegaram ao Brasil e estão no poder.
O documentário The Great Global Warming Swindle denuncia a índole manipuladora de tais ONGs, mas interessante mesmo é o relato do co-fundador do Greenpeace, Dr. Roy Spencer. Este afirma que o Greenpeace, quando criado na década de 80, tinha como objetivo a postulação de meios que preservassem o meio-ambiente em prol da economia de recursos e do uso futuro destes, mas a queda do Muro de Berlim contribuiu para que muitos dos amantes da cortina de ferro soviética, agora soltos pelo mundo, adentrassem e politizassem a organização, de forma com que Spencer asseverou, em certo momento, absurda a luta da organização contra o uso de cloro. Ocorre que o cloro é basicamente importante no tratamento de águas, e obviamente não havia razão para tal atitude, salvo se existisse um interesse maior por detrás, e existia. Não obstante a luta do cloro, o Greenpeace iniciou lutas políticas contra o uso de energia nuclear limpa, contra o uso de agrotóxicos - necessários para uma produção maior e um alimento mais limpo -, contra a plantação de alimentos transgênicos - que há mais de 20 anos são plantados nos Estados Unidos - e agora, contra o "novo mal da hora": a plantação brasileira de alimentos em morros - também chamadas de várzeas - praticadas há mais de um século por imigrantes italianos e alemães que sempre dependeram de tal porção de terra para sua sobrevivência, especialmente na serra gaúcha e em Santa Catarina.
O caso das várzeas se confunde a todos os casos previstos pelo projeto do novo Código Florestal, que ainda falta ser aprovado em votação, no Senado da República. A última grande modificação do Código Florestal ocorreu em 2001, onde foram adicionadas diretrizes completamente absurdas, como a transformação das costas de rios, lagos e mares de trinta a quinhentos metros de distância em Áreas de Preservação Permanente, independentemente destes se localizarem em áreas urbanas ou rurais. Ademais, trouxe a obrigação de preservação das supostas "matas nativas" fixando elas, sem qualquer critério, no mínimo de 20% de todas as propriedades rurais, sob pena de supressão, indiferentemente do fato do Brasil ser uma enciclopédia em termos de vegetação. Claro, a penalidade é excluída, segundo o Código, se o dono da propriedade preencher essa área com árvores frutíferas ornamentais ou industriais, compostos por espécies exóticas. Ou seja, alguém aí já viu alguma seringueira à venda em algum supermercado gaúcho? Em outras palavras, é um preservar por preservar, sem qualquer utilidade humana ou pública, em que se desconsideram totalmente ambas em prol do silêncio e aprovação dos "hippies" do exterior e dos traidores do bem público que aqui trabalham como suas células.
É óbvio imaginar o encargo de tal legislação para o pequeno produtor - aquele que possui menos de dez hectares de terra - que para o sucesso do plantio e sobrevivência familiar, depende da ocorrência de chuva, pois não detém capital ou conhecimento de engenharia e tampouco espaço para montagem de uma barragem em sua propriedade. Não somente isso, o pequeno simplesmente não sobrevive em meio a um dólar baixo e um Mercosul que, com moedas mais desvalorizadas e a produção rural das mesmas espécimes, vêm para o território brasileiro competir com melhores condições do que o próprio brasileiro. Em suma, ocorre o mesmo com toda a indústria, exceto a automotiva, que sempre possui subsídios governamentais para barrar a competição argentina ou uruguaia, como se o Brasil fosse apenas produtor de carro, e não de alimentos, calçados, etc. Assim, imagine tomar, para preservação, pedaços de terra em uma área que certamente já não é mais nativa, de um produtor em tais condições.
O novo Código Florestal em tramitação apenas permite que essas áreas de preservação - agora melhor caracterizadas e flexibilizadas pelo projeto de lei aprovado na Câmara - sejam legisladas, não pela União - que dificilmente saberá diferenciar uma floresta tropical de um pampa gaúcho, como de fato não soube -, mas pelos estados, onde essas áreas estão de fato inseridas! Quando os politicamente corretos falam que o desmatamento foi legalizado, eu pergunto, onde? Extração ilegal de madeira nativa da Amazônia continua sendo crime ambiental, tal como vazamento de combustível em mares territoriais. Então o que os fanfarrões da razão escondem? Simples: agora, em caso de interesse público, do qual somente o Estado poderá se pronunciar a respeito, poderá ocorrer atividade na área em questão, colocando a pessoa novamente acima do meio-ambiente, ao mesmo tempo que continua sendo crime qualquer ação nociva a ele.
E agora, pergunto: "quem são a holandesa Greenpeace e a belga WWF para se meterem no que é melhor para os brasileiros? Se o que é melhor para nós não interessa a eles, desde que nos mantenham com mato de sobra, mas produção alimentícia de menos?". Há uma semana atrás, no blog do Reinaldo Azevedo, foi publicada uma cartilha de uma ONG chamada David Gardiner & Associates - que se auto-afirma uma empresa estratégica para a sustentabilidade ambiental -, da qual fica bastante óbvio o objetivo destas organizações no sentido de tornar nossas áreas verdes em territórios proibidos dos quais o meio-ambiente será preservado, enquanto a agricultura deles se torna forte o suficiente para que sejamos seus futuros clientes e não nos falte alimentos. Ora, a produção brasileira, sem Mercosul, seria igual ou maior a americana! Porém, não foi a primeira vez que segundas intenções de ecofundamentalistas ficam à vista de terceiros. Os e-mails da Unidade de Pesquisa Climática da Universidade de East Anglia, que vazaram no fim de 2009, provam que o Dr. Phil Jones, chefe da unidade na época, sugeriu a exclusão dos dados do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas da ONU, por haver certeza da manipulação dos dados em relação a um suposto aquecimento global. Agora, resta saber da presidente, que já se declarou contra o novo Código Florestal, se seremos para os gringos o Brasil in the jungle que eles desejam ou o Brasil independente, tal como nossa Constituição nos descreve e nosso povo afirma ser.
sexta-feira, 15 de julho de 2011
O erro científico da modernidade
Desde o início dos tempos, o homem sofre com o "porquê", no sentido de questionar como foi criado, quais os elementos básicos de sua natureza, qual a razão de sua existência, etc. A escolástica havia superado muitas dessas perguntas, que foram parcialmente respondidas por Aristóteles e Platão, utilizando estes e inclusive respondendo e complementando muitos questionamentos dos quais os gregos não souberam responder. Porém, o método científico de análise teve o seu padrão modificado por um outro mais empírico, que é próprio à modernidade: o objetivismo.
O objetivismo tende a trabalhar com o "puramente racional". Ou seja, ele não acredita naquilo que não se pode ver (ou que não desejam ver). Um dos pais deste método empírico é Karl Popper, que pregava o método da exclusão de teorias se "observado" que a analisada é incorreta ou meramente invisível aos olhos humanos. E assim, aderiu-se ao pensamento racionalista, que se complementou com o relativismo do século XX, boicotando os métodos que tivessem qualquer relação com a tradição judaico-cristã. Visivelmente essa "nova ciência" preparou o solo para declarar descartada a existência de Deus e, sucessivamente, abandonar a escolástica, com a mesma justificativa militante de sempre, agora apenas apimentada pelo marxismo histórico.
Stephen Hawking, no livro "Uma breve história do tempo", descreve o que seria uma boa teoria, utilizando dos mesmos ingredientes de Popper: "ela deve descrever com precisão um grande número de observações que estão na base do modelo, que pode conter um pequeno número de elementos arbitrários, e deve elaborar predições definidas sobre os resultados de observações futuras". Hawking, no livro, não tira o mérito de cientistas cristãos como Santo Agostinho, muito pelo contrário, mas usa de sarcasmo e arrogância com relação àqueles que tem uma crença, como se o credo pessoal fosse uma razão social para a decadência da pessoa humana. Ora, enquanto o objetivismo faz a ciência regredir no tempo e reexplicar o ser humano através de novas teorias filosóficas, a escolástica já havia sintetizado sua ciência utilizando da mais pura prática, com o fim de provar toda a eficiência de sua técnica.
Por exemplo, quando falamos de livre-arbítrio, estamos falando da liberdade de maneira sui genesis, que possui conceitos diferentes para escolásticos e modernistas. Os modernistas defendem toda a liberdade de ação e comportamento para o ser humano, baseando o seu limite numa espécie de "estado de natureza" - conceituado por Locke - para elaborar sua moral, com um alicerce que pode ser tanto o direito natural quanto o relativismo dos sofismas. Já os escoláticos afirmam que todo o pecado e todo o vício diminuem a liberdade. Sendo assim, qualquer ação que vá contra a moral e os bons costumes tira a livre escolha daquela pessoa quando ela se depara novamente com a opção de "fazer o mal" ou "fazer o bem", o que é a mais pura verdade em vista da banalização moral que nossos comportamentos presentes provocam. Em outras palavras, exclui-se a escolástica, por resultado exclui-se a moral, e o mundo se torna "livre", mas sem liberdade de optar, pois para ele só existe uma opção: a movida pelas vontades humanas.
Não obstante à isenção da moral nas ciências do presente, todos os grandes físicos tinham um credo: Albert Einstein era judeu, Isaac Newton ariano (uma heresia que desconsidera a divindade de Jesus Cristo, mas que não nega a Deus) e Galileu Galilei era católico. Ademais, o verdadeiro autor da Teoria do Big Bang é o padre jesuíta Georges Leimatre, e a Pontifícia Academia de Ciências do Vaticano é a instituição acadêmica que mais formou alunos vencedores de prêmios Nobel da história, sendo vinte e quatro alunos vencedores, divididos em Fisiologia, Medicina, Química, Física e Economia.
Não entrarei nas questões referentes ao conteúdo das teorias objetivistas, e nem irei tirar o mérito da ciência atéia neste aspecto. Porém, passados os anos, parte da ciência vêm praticando sem qualquer critério ético a pesquisa de células tronco com embriões humanos, a fertilização in vitro - que, ao final, trata esses como lixo - e até a tentativa de re-criação do ser humano, pela clonagem ou uma aberração híbrida. Assim, sem a moral ou isenta de um fim que não seja a si mesmo, a ciência é um mero instrumento da vontade, sem alicerce de consciência e nem padrões de comportamento. E, você? Gostaria de saber que um embrião vivo, fecundado de seu DNA, foi tornado uma cobaia de laboratório para experimentos?
sábado, 9 de julho de 2011
O que é "parlamentarismo"?
segunda-feira, 4 de julho de 2011
Dia da Dependência Americana
Anteriormente ao golpe de 1889, havia uma intenção muito clara na elite política brasileira: romper com a cultura lusitana - fundada no cristianismo - para aderir às novas modas políticas. De um lado os admiradores do positivismo francês, do outro os tietes do federalismo americano. E, foi dessa mistura bizarra que surgiu o federalismo brasileiro, um sistema federal que não respeitou as suas formas originárias e as autonomias de seus estados, e, ainda por cima, se misturava aos princípios totalitários de Augusto Comtè.
Homens como Rui Barbosa desejavam que o sistema americano fosse aqui implantado, pois o Brasil - que não teve sua independência resultada da união de 13 colônias - deveria ser berço de um sistema que rendesse o mesmo desenvolvimento econômico que os Estados Unidos da América. Copiar o que dá certo pode até ser, no fundo, um ato de admiração, mas copiar da forma que se copiou é uma verdadeira declaração universal da ignorância ideológica. O Brasil pós-Ato Constitucional de 1834 era um federalismo de fato, com províncias verdadeiramente autonomas, mas nada disso interessava aos ideólogos pífios e mal estudados, que movidos por suas vaidades e alienações desenharam nossas instituições, e seus erros recaem até hoje aos filhos dessa nação.
O país dos ignorantes republicanos é hoje visível a cada nomeação de um cabo eleitoral a um cargo público, a cada momento de escassez de dinheiro para a saúde pública, a cada licitação vencida aos doadores de campanha de quem foi eleito e detém o poder, ou seja, a cada ato perverso que faz com que o Estado brasileiro perca sua razão de ser. Como escreveu João Pinheiro, após o golpe de 1889, este país foi o inventor da vida política profissional, aquela que literalmente vive do orçamento público e usa de sua máquina para o benefício pessoal, partidário e corporativo.
Os tietes americanos, movidos pela leitura de Montesquieu, que afirmava equivocadamente que um império jamais poderia ser uma federação, induzidos a este erro, confundiram funções de governo com funções de Estado, criando um federalismo jamais visto no mundo: o federalismo centralizador. A função de Presidente da República, que nos Estados Unidos da América não possui funções de governo - mas somente funções de Estado - foi redesenhada no Brasil, criando figuras tão centralizadoras quanto os reis do período absolutista.
Não se trata do fato de ser monarquista ou republicano, vez que a temporariedade em relação ao chefe de Estado é quase irrelevante em face a este chefe de Estado ser ao mesmo tempo chefe de governo. Por isso, hoje comemoramos os 235 anos da independência americana, e seria injusto não lembrar de tal data para lembrar dos males causados por nossa elite republicana, males estes que percorrem no tempo, alimentados pelo comodismo político e pelo "empreendorismo" partidário. Ou seja, lá comemora-se a independência deles, aqui lamenta-se a dependência nossa.
quarta-feira, 4 de maio de 2011
Rasgando a Constituição
Caro visitante, leia novamente este trecho de nossa legítimada Constituição Federal. Veja se você encontra alguma ambiguidade, obscuridade ou omissão que leve este artigo à re-interpretação. Pois é, o nosso "defensor" da Carta Fundamental, e Ministro do Supremo Tribunal Federal, Carlos Ayres Britto achou uma razão. Ou melhor: achou outros mecanismos a fim de ignorar a sua existência, e prevalecer o seu mero objetivo de aprovar a união estável de homossexuais. Era como se o artigo 226, que trata sobre a família na CF, nem existisse.
Tudo porque, por razões ideológicas - e talvez patológicas que levem um hermeneuta relativista a delirar em face da normalidade e simplicidade das coisas -, existe algum motivo que leva algumas pessoas com más intenções a interpretar outra coisa senão que a união estável reconhecida é composta por homem e mulher. Ocorre que o mesmo STF que tem como principal função a defesa da Constituição, hoje a rasga na pessoa do Ministro Carlos Ayres Britto para impor novas normas a essa interpretação, sem qualquer espera do uso do instrumento adequado pelo Poder Legislativo - que seria a Proposta de Emenda Constitucional. Ou seja, estamos a beira de um Estado Democrático de Juízes em sua plenitude! Não há mais escapatória! Por que democrático? Porque no fim das contas, provavelmente, um ministro vai interpretar o que isso significa e transformar em norma constitucional.
Não se trata da questão de adentrar ao mérito de ser ou não a favor da união estável de homossexuais, mas sim da impossibilidade dela ser reconhecida por outra via senão pelo crivo dos nossos representantes. Reconhece-la por meio de uma Ação Direta de Inconstitucionalidade, não somente deveria ser impossível, em razão do texto constitucional rejeitar qualquer outro sentido que possa ser interpretado dos imutáveis radicais "homem" e "mulher", como é totalitário. Ignora-se a democracia, satisfaz-se as minorias. Tudo através do bom e velho tapetão jurídico.
O artigo constitucional acima, em vigor desde a vigência da Constituição Federal de 1988, será revogado por razão de um voto majoritário do Tribunal Constitucional - que é inevitável-, e que antes de mais nada tinha o dever de protege-lo, e não de revoga-lo! Ademais, o mesmo ministro acima descrito citou em seu voto Rene Descartes, Antonio Maria Baggio, Hegel, Kelsen, uma declaração da União Européia defendendo a homoafetividade como "natural", vasta legislação infraconstitucional (com menor valor que a norma constitucional) e até um poema psicografado de Chico Xavier! Ou seja, as doutrinas, principalmente as estrangeiras, estão acima da lei maior. A Carta Fundamental deve servir, como demonstrou o Ministro Carlos Ayres Britto, como um mero objeto das tendências do mundo, por mais amorais que ela sejam, devendo ela servir à vontade corporativa, e não ser a base moral para toda a legislação criada posteriormente - ou nesse caso, jamais criada.
É um desrespeito à nação, à Constituição, ao que ela representa e às pessoas que a legitimam. De que adianta o povo confiar sua vontade na representação legislativa se quem verdadeiramente legisla são aqueles que não são escolhidos por ele, mas pelo Presidente da República? Assim, não há democracia, há totalitarismo!
O problema é obviamente institucional. Ou o Tribunal Constitucional se torna um poder limitado e autônomo em relação ao Poder Judiciário, ou o povo brasileiro está condenado a tornar-se refém moral, tanto dos jogos semânticos dos ministros do STF - que sempre serão ligados ao presidente e à ideologia de seu partido - como do controle difuso de constitucionalidade, o qual permite que todo juiz ordinário seja capaz de declarar a inconstitucionalidade de uma lei. Isso porque, se o sistema jurídico continuar da mesma forma, imortalizando o magistrado, o valor que haverá em se ter um juiz será muito maior, e comparavelmente desprezível, em relação ao de um deputado ou de um senador. Quando o poder se mostra em uma função, essa função se torna tentadora, pois o poder não é movido por mera aplicação da norma concreta, mas sim de princípios e ideologias políticas que naturalmente o compõem na vida do Estado.
domingo, 20 de fevereiro de 2011
A sedução do radicalismo político
Neste fim de semana participei de um retiro de formação católica, no qual o tema era "Introdução à Liturgia". O palestrante deu ênfase na missa católica rezada e praticada da melhor forma possível, a fim de se atingir um maior senso litúrgico, ou seja, uma fé acima até mesmo das normas eclesiásticas, mas nada abaixo do que um Deus realmente merece de nós. De fato, o palestrante deu um exemplo para o cotidiano de hoje, em que até a Igreja tem dificuldades de chamar os jovens e, para isso, acaba criando instrumentos de evangelização que, apesar de adentrar a cultura, acabam por serem muito temporários, por não desafiarem o jovem em toda a sua pessoa.
Para o jovem, isso acaba não bastando. Um exemplo foi dado: "não é à toa que tantos jovens adentram partidos marxistas, como o PT, ou nazistas, uma vez que o desafio do primeiro, acaba por chamá-lo, não somente para mudar completamente a realidade, mas também para fazer história, e o segundo, para derrubar o primeiro". Não há dúvidas da minha pessoa em relação a esta afirmação, uma vez que os jovens realmente procuram um desafio maior e tem forças para tal, mas que o desafio maior acaba sendo apresentado por radicais políticos que, aliados à imaturidade, acabam por transformar nossos jovens em maquinas de guerra.
As últimas mobilizações jovens demonstram isso, não somente no mundo árabe, mas também no Brasil. Em São Paulo, um garoto, via seu celular, acessou o Twitter e convocou seus colegas a protestar contra o aumento de R$ 0,30 no pão de queijo da cantina de sua escola. O protesto acabou por ser um sucesso, elogiado inclusive pelo dono da cantina da escola, que reconheceu que o jovem realmente cansou de sentar na frente da televisão ou do video-game e que agora quer buscar o que a sua geração não procurou buscar: o bem comum.
Porém, o bem comum pode ser apresentado ao jovem de várias formas, e a tendência é que seja apresentado agora de formas coletivistas, ou seja, que procuram um alinhamento material total ou parcial entre o coletivo, como deseja o PT. Seduzido por fazer história e por fazer o bem, o jovem pode ser um ser além do útil: pode ser eficaz e energético nas suas mudanças. Instrumentos ele tem para isso, através da internet.
O problema é que as gerações de hoje não conhecem os frutos ruins do radicalismo e não o fazem porque não são corretamente ensinadas. Entre o nazismo e o facismo da Segunda Guerra Mundial ou o comunismo da União Soviética e da China de Mao Tse Tung não há grandes diferenças, são todos radicais, totalitários e genocídas. Para a família, não basta esperar que a solução venha da escola, provavelmente ela não virá, pois a disciplina de história hoje é reproduzida com selos vermelhos e estrelas amarelas, o que representa uma fidelidade menor à história verdadeira e maior à revolução social através da "realidade" histórica, que não passa de outra esquizofrenia do pensamento marxista, que é um sério candidato a próxima posição política de seu filho.
sábado, 12 de fevereiro de 2011
Por que a política?

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011
Acorda oposição! Ouçam os 44 milhões de brasileiros!
"Quanto mais mentiras falarem de nós, mais verdades falaremos deles", disse José Serra no lançamento de sua candidatura à Presidência da República. Isso não aconteceu. José Serra e o PSDB, além de terem sido coniventes com os projetos do PT, elogiando o endividado governo, declarando os benefícios do Bolsa Família e perdendo tempo que poderia ter sido utilizado para expor o passado terrorista de Dilma Rousseff - a conhecida Stela do VAR Palmares -, fizeram também a proeza de exporem o presidente Lula no seu programa eleitoral, na tentativa de dar uma idéia de "continuidade" do governo Lula. Ou seja, o PSDB declarou que era uma oposição que não era bem uma oposição. O que era? Eu não sei.
Mesmo não sendo bem uma oposição, José Serra, tendo como adversária uma pessoa que jamais se candidatou a um cargo político, conseguiu arrecadar 44 milhões de votos, muitos originados de uma polêmica que havia se criado em torno de um vídeo da candidata Dilma em que ela afirmava ser socialista e a favor do aborto, o que levou evangélicos e parte dos católicos, principalmente de São Paulo (através da CNBB Regional Sul 1) a aconselhar seus eleitores a não votarem na candidata. Analisando o fato, foram 44 milhões de votos brasileiros conservadores - uma vocábulo quase proibido para os dias de hoje -, em outras palavras, contra o aborto, contra o casamento gay, contra o socialismo, a favor da liberdade religiosa e contra todos os termos stalinistas do PNDH-3. E a "oposição" não viu isso. Importante mesmo era enfatizar a "saúde da mulher" enquanto estavamos na iminência de uma ditadura bolivariana.
Passadas as eleições, eleitos os governadores, Aécio Neves, que já havia se aliado ao PT quando foi governador de Minas Gerais, utilizou de seu protegè, o governador Antonio Anastasia, para apoiar o PT no seu novo projeto de retorno da CPMF. Anastasia foi o único governador da oposição que se juntou ao governo petista, manchando ainda mais a reputação do PSDB como oposição e declarando que os tucanos mineiros estavam prontos a entrar no governo Dilma, mesmo que somente debaixo dos lençóis, sem ninguém saber o que estava a acontecer.
Prova disso foi o ocorrido em novembro, quando o senador paranaense Alvaro Dias havia se declarado tacitamente um marxista e governista, votando contra o PMDB, o DEM e o PP, e junto com o PT, a favor da PEC 26/06, que permitiria que a população pudesse "sugerir" assuntos de relevância para serem votados em plebiscito, no maior estilo socialista bolivariano. O senador se justificou por twitter afirmando que a PEC 26/06 era "uma PEC morta". Mas afinal de contas, se era uma PEC morta, não foi ele o cúmplice em ressuscitar o gólem vermelho?
Mas a gota d'água para a "oposição" tucana foi a nota oficial do então presidente nacional do PSDB, José Aníbal, lamentando o boicote do PT à presença do PSDB no Congresso da Internacional Socialista, acusando os petistas inclusive de possuírem "traços conservadores indisfarçáveis", deixando os tucanos com figuras de bobos marxistas que, além de não serem uma oposição de verdade, não entendiam de onde vinham os seus 44 milhões de votos. Foi o momento que decidi não continuar no PSDB, mesmo que a estadual gaúcha, a qual eu fazia parte, nada tivesse a ver com as trapalhadas nacionais, pelo contrário, o deputado federal Cláudio Diaz, a quem tive orgulho de apoiar na campanha, foi implacável contra o governo petista, contra a entrada da Venezuela no Mercosul e contra o terrorismo feito por Tarso Genro, quando Ministro da Justiça, em que ele transformou a Polícia Federal do RS em sua Gestapo pessoal, eliminando inimigos, inventando mentiras e jogando-as na mídia gaúcha, que, muito agradecida, ajudou a elege-lo.
O formador de líderes John C. Maxwell, em seu livro Leadership Gold, afirma que a maior liderança é aquela que erra, mas no fim, reconhece os seus erros, mas, além disso, também conhece o seu meio, as pessoas a quem representa e lidera. Para mim, nenhuma derrota é maior que a derrota para si mesmo, e nenhum guerreiro é pior do que o guerreiro que se alia com inimigo, ainda mais quando este inimigo é um inimigo da sociedade, do bem comum, da nossa moral e da nossa democracia, como é o PT.
quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011
O carnaval do Rio virou pó. E daí?
Todo o ano é a mesma coisa. Carnaval virou sinônimo de música, bebedeira e, muita, mas muita promiscuidade. No Rio de Janeiro, o chamado "melhor carnaval do Brasil", em meio à pobreza das favelas e à riqueza do tráfico de drogas, o carnaval sobrevive com performances colossais, ano após ano. É de se suspeitar? Talvez. Eu, pessoalmente, não me envolveria sob estas suspeitas, sob pena de me tornar um cúmplice da criminalidade. É uma questão de aposta, como a de Pascal se Deus existe, mas infelizmente nesta, se eu perco, perco pra valer.
Em 2007, o evento do carnaval do Rio de Janeiro chegou a se tornar uma incógnita, vez que no mesmo mês dos desfiles ocorreu uma tragédia, daquelas de comover o país inteiro. João Hélio Fernandes, de apenas 6 anos, foi morto, tendo sido arrastado pelo abdome, amarrado ao cinto de segurança de um carro, por um trecho de sete quilômetros, resultando na deformação brutal de seu corpo. Foi a catástrofe que levou à discussão da diminuição da maioridade penal - em razão de todos os envolvidos serem menores de idade e, por isso, não haver naquele momento a possibilidade de punição penal - e da possibilidade de cancelamento do carnaval do Rio de Janeiro. E não é que o carnaval aconteceu, como se nada tivesse acontecido?
Mas essas fatalidades e suspeitas parecem não incomodar as centenas de celebridades de miolo mole - as também chamadas "arroz-de-festa" - que desfilam e "brilham" cada vez mais dentro de suas escolas de samba, e assim sustentam o estrelado carnaval do Rio de Janeiro dentro da mídia que, ao mesmo tempo, promove suas celebridades, lucra com a transmissão dos desfiles e finge igualmente que nada acontece.
Neste mês, a Cidade do Samba foi incendiada. Nunca o carnaval do Rio de Janeiro esteve tão perto de não acontecer. Milhares de fantasias e alguns carros alegóricos foram carbonizados. As comissões carnavalescas decidiram inclusive não rebaixarem nenhuma escola este ano. A mídia tratou o fato como se fosse uma tragédia. Enquanto isso algumas dezenas morriam em protestos no Egito e radicais islâmicos destruíam Igrejas e imagens de Jesus Cristo na Indonésia. Mas importante mesmo, meu amigo, era saber se haveria carnaval no Rio de Janeiro.
Mas mesmo se não houvesse carnaval eu diria em alto e bom som, e daí? O carnaval contribui para a nossa educação? Contribui com a nossa vida? Aqui não falo em se fazer penitência ou coisa parecida, mas é este carnaval que desvirtua a mente dos nossos jovens e os coloca à beira da promiscuidade, da bebida e até mesmo das drogas - ou o lança perfume pode só porque é carnaval? -, sem falar da péssima imagem externa do Brasil em face destas resultantes. Em tempos de relativismo moral constante, não haver carnaval, para mim, seria até uma notícia boa.
quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011
O BBB e o Homo videns: o homem que vê e não sabe pensar
O Homo sapiens, ou o homem que raciocina, sempre teve como característica a sua linguagem símbólica-verbal e o uso contínuo e constante de seu raciocínio para se comunicar e se informar das circunstâncias em geral, ou seja, do mundo em que vive. Isso foi continuado, sucessivamente, com a invenção de meios que aperfeiçoavam o seu raciocínio em face destas circunstâncias através da comunicação, como o jornal e o rádio. Porém, uma invenção acabou com todo o esforço linguístico e racional do homem de adquirir conhecimento: a televisão.
A televisão, ao contrário do rádio e do jornal, não tem como conteúdo principal a dialética ou a notícia, mas sim a própria imagem em si. O homem deixa, assim, de utilizar-se de meios que provocavam o seu raciocínio, para se adequar a um meio que simplesmente o deixava cômodo, que o apegava à imagem e não ao seu conteúdo descritivo. Giovani Sartori, no seu livro Homo videns (o homem que vê) afirma que o homem nunca se divertiu tanto quanto com a invenção da televisão, mas nunca foi também tão cômodo, tão alienado e tão indiferente do mundo.
A invenção da televisão, aliada com o ápice do relativismo moderno do século XX e o início da revolução sexual, iniciada nos anos 60 com a venda de anticoncepcionais, moldaram o homem de uma forma tão individual que deixaria o próprio Nietzche com inveja. A busca intensa por prazer e a indiferença no adquirir conhecimento iriam resultar numa óbvia mudança do que seria senso comum, injetando na cultura ocidental uma busca constante por satisfações temporárias, o que na maioria das pessoas iria ocorrer da forma mais preguiçosa possível, e foi assim que entrou em cena a imagem e o mero prazer em ver.
Agora a modernidade entra em uma nova fase: na desmoralização do ser, onde o corpo deixa de ter valor, a pessoa é um mero animal e as redes de televisão ganham fortunas com as preguiças e com as despersonificações dos sujeitos que participam dos chamados reality shows. É assim que ocorre com o BBB, um programa em sua 11ª edição, recomendado para maiores de apenas 12 anos, e que possui em seu meio um transexual, dois homossexuais e uma ex-atriz pornô, isso sem falar em outras mulheres que não deixaram de tirar a roupa dentro do programa. Assim, o telespectador se torna viciado na imagem e os participantes se tornam animais. O tempo é perdido, o conhecimento é zero e a contribuição para que não se busque raciocínio no futuro é total.
Essa edição do BBB, em especial, foi além nos quesitos de despersonificação. Não bastasse a tamanha promiscuidade, onde praticamente todos já se beijaram na boca, tiraram a roupa ou se embebedaram de vodka, o diretor Boninho cometeu a perversão de escolher para o programa pessoas que não haviam sequer passado em testes psicológicos, logo, pessoas que precisam de ajuda, que sofrem com desequilíbrio mental, e que são colocadas em um ambiente para desequilibra-lo e assim "animar" a trama. É uma maldade sem adjetivações humanas, é como rir de alguém que anda de cadeira de rodas. Mas o nosso senso comum não tem tantas restrições mais quanto a isso, não é?
terça-feira, 8 de fevereiro de 2011
A falência do sistema eleitoral brasileiro
O Brasil é um país ingrato. É isso mesmo que você leu. Veja bem: quando tínhamos um Império, preferimos ser iguais aos Estados Unidos, e não chegamos nem perto disso. Quando tivemos bons políticos, como Assis Brasil, Raul Pilla, Franco Montoro, Teotônio Vilela, Alceu Amoroso Lima, Gaspar Silveira Martins, entre outros, os calamos, ou permitimos que os calassem. Quando tivemos um sistema eleitoral majoritário, regionalizado e distrital - que estava a sair do berço imperial - nós o rejeitamos e impusemos um sistema proporcional decadente, no qual a pessoa do candidato, aquele que é representante do povo, é menos valorizado que sua legenda, e, sucessivamente, os candidatos mais preparados e que querem praticar o bem comum são ofuscados por aqueles que tem farta exposição na mídia.
O sistema eleitoral brasileiro está chegando ao ápice de sua óbvia e prevista decadência, já percebida por muitos e, por isso, alguns parlamentares de grande transito no Congresso Nacional inventaram o que eles chamam de "reforma política": um projeto que permite que as campanhas sejam pagas com verba privada. Será que nossos problemas acabaram? Claro que não! Trata-se de mais uma fachada. Um projeto enfeitado e travestido para engolirmos uma reforma política que não é uma reforma política de verdade, mas uma mísera mudança no sistema eleitoral para permitir que os partidos continuem a empurrar o corporativismo, ou quem faz voto, para dentro do Congresso Nacional e assim fortifiquem suas bancadas para serem capazes de exigirem cada vez mais cargos do Executivo. E não estou exagerando, a realidade política brasileira atual é, de fato, uma Caixa de Pandora, somente para quem tem estômago.
Reformas políticas se fazem modificando as instituições, as estruturas constitucionais e políticas que fazem com que o Estado, a instituição maior, seja aperfeiçoada conforme a atualidade assim o demande. Já boas instituições podem durar e funcionar por séculos, vez que as crises jamais serão grandes o bastante para elas, e um exemplo disso é a Inglaterra, que continua firme e forte com um sistema de monarquia parlamentarista semelhante ao que o Brasil possuía na época do Império, o que Max Weber poderia explicar pela legitimidade que há nas tradições políticas em face de uma nação. Tradição essa que perdemos para uma história que foi ofuscada pelo historicismo marxista, o qual fui formado na época em que estava no Colégio, e que certamente seus filhos também estão o sendo.
Voltando ao sistema eleitoral, o caráter do voto mudou desde a República de Vargas. Antes, o voto era ligado principalmente numa liderança partidária, isso em nível nacional - como ocorria com o PTB de Vargas - mas também em nível regional - como ocorreu com a refundação do Partido Libertador, por Assis Brasil e Raul Pilla, que sucessivamente derrubaram o ditador e presidente do Rio Grande do Sul, Sr. Júlio de Castilhos. Já neste momento, o voto é resultado de uma admiração e de uma identificação do eleitor com o seu candidato, havendo um fenômeno de personificação do voto, acima do partido do candidato, e isso por um lado é bom, uma vez que se trata de uma ligação entre cidadão e representante. Ademais, o voto de hoje tem um caráter completamente distrital, ou seja, os verdadeiros representantes saem de uma região só, o que também é muito bom.
Com estes dados, façamos a análise: se tudo é bom, por que estamos elegendo este tipo de gente, sem instrução e preparo, para exercer uma função tão nobre? Porque o sistema é de caráter personalista, mas, por decisão do STF, o verdadeiro dono do mandato é o partido, e porque o sistema é de caráter distrital, mas o voto não é distrital, é aberto em face de todo o Estado-membro.
É por essas falhas institucionais que passamos a alimentar maquinas eleitorais capazes de fazerem votos em um estado inteiro, isso quando não nos rendemos a votar em celebridades sem qualquer contribuição ao bem comum, mas cheias de exposição na mídia, como Romário e Tiririca.
Ademais a estes problemas, aos quais a instituição política não está pronta a preencher a demanda de representação social do cidadão, o problema da verdadeira função do Legislativo foi deturpada com a escolha do sistema de governo presidencialista - mais uma vez, uma pedra no sapato de nossa história - isso porque a Constituição Federal de 1988 possui traços parlamentaristas, que previam que a função de governo ficaria com o Legislativo, e não com o Executivo, que possui agora a de governo e a de Estado, incompatíveis entre si para o verdadeiro exercício do bem comum.
Por isso, pergunto a você leitor, em relação à "reforma política" colocada em tramitação no Congresso Nacional: é reparando arestas e escondendo a poeira debaixo do tapete que se resolvem problemas político-institucionais? Ou é modificando e atualizando este sistema pela raiz, a fim de que ele seja promotor do bem comum e não do bem partidário?
segunda-feira, 31 de janeiro de 2011
Destaques do twitter 31/01/2011
@Videversus - Vitor Vieira A revolta no Egito e os tolos politicamente corretos veja.abril.com.br/blog/reinaldo/…
domingo, 30 de janeiro de 2011
Destaques do twitter 30/01/2011

sábado, 29 de janeiro de 2011
Destaques do twitter 29/01/2011

Joana d'Arc, um exemplo para os políticos, segundo o Papa Bento XVI
"Queridos irmãos e irmãs,
Falo-vos hoje duma «mulher forte», que levou sem medo a luz do Evangelho às complexas vicissitudes da história: Santa Joana d’Arc. Desde a infância, mostra grande compaixão pelos pobres e atribulados no contexto duma guerra sem fim entre a França e a Inglaterra. A compaixão e o empenho dela em favor do seu povo intensificaram-se ainda mais com sua maturação mística, que teve lugar aos treze anos. Esta ligação entre experiência mística e missão política é um dos aspectos mais originais da santidade desta jovem. Tinha apenas dezanove anos quando – julgada por eclesiásticos, a quem faltava a caridade e a humildade para ver em Joana a acção de Deus – foi condenada como herética, em 1430. Vinte e cinco anos depois, sob a autoridade do Papa Calixto III, abre-se um processo de reabilitação que pôs em evidência a sua inocência e perfeita fidelidade à Igreja, sendo declarada santa pelo Papa Bento XV.
Saúdo, com afecto, a todos vós, amados peregrinos de língua portuguesa, desejando queesta peregrinação a Roma vos encha de luz e fortaleza no vosso testemunho cristão, para confessardes Jesus Cristo como único Salvador e Senhor da vossa vida: fora d'Ele, não há vida nem esperança de a ter. Com Cristo, ganha sentido a vida que Deus vos confiou. Para cada um de vós e família, a minha Bênção!"
Discurso do Papa proferido em Audiência Pública no dia 26/01/2011, na Sala Paulo VI.
sexta-feira, 28 de janeiro de 2011
O Islã a toda força no Egito
Inicialmente, existem algumas semelhanças entre o Islã e o marxismo que precisam ser entendidas. Primeiro, a mente missionária. O Islã é considerado, segundo Hilaire Belloc, como uma heresia baseada em princípios cristãos. É uma forma legalista de religião que busca um poder teocrático, bastando o respeito aos seus simples preceitos para se conquistar o paraíso. Não importa para ele os meios para se atingir a sua lei - a chamada Xariá, que detêm sua forma jurisprudencial no Alcorão. Já o marxismo é aquela forma patológica revolucionária, totalitária e coletivista, que visa a busca do poder, também sem justificativa dos meios para os seus fins.
O Islã, segundo Belloc, é diferente do objetivo da religião muçulmana que, apesar de legalista, como o próprio judaísmo, é simplista, mas não desmoralizadora, ou seja, para os muçulmanos os fins não justificam os meios, para um islãmico eles não só justificam como motivam todo o seu movimento ao fim. É claro que não se pode vedar a relação de culpa muçulmana em face da violência islãmica, pois uma coisa pode levar à outra, conforme a própria intensidade do muçulmanismo e sua aceitação territorial em face do Islã, e isso ocorre através do próprio Estado, como ocorre no Irã, ou de grupos organizados, como ocorre no Egito.
A segunda semelhança com o marxismo é na sua subjetivização dos direitos humanos, uma palavra que, como afirma o Dr. Ives Gandra Martins, permite infinitas interpretações. Perseguições a cristãos, atentados em nome de uma missão, busca do poder de Estado e desrespeito à dignidade da pessoa humana, tudo isso também é e foi praticado por aqueles que pegaram em armas para lutar por regimes comunistas. Sendo contrária à sua vontade, tanto para um socialista, quanto para um islâmico, a pessoa se torna um inimigo que deve ser destruído, sendo, neste caso, o véu e suas vestes tradicionais as únicas coisas que os separam. Aqui poderia exemplificar a aproximação dos socialistas bolivarianos com totalitários islãmicos como Ahmadinejad, mas estaríamos saindo do próprio foco do artigo, que não é o de tratar de relações internacionais totalitárias.
Deve-se reconhecer, sim, em terceiro lugar, que o Islã é também semelhante ao gramiscismo, pois finaliza o poder de Estado por meio da dominação cultural comum. É isso que ocorre no Egito, onde uma revolução islãmica corre pela imprensa mundial camuflada de uma revolução democrática, isso porque ganhou o aval, inclusive, do presidente americano Barack Obama, aquele que o Tea Party afirma ser muçulmano - ou no mínimo conivente com a sua presença e disseminação no território americano. O que ocorre no Egito não passa de uma tentativa de mudança de um regime autoritário para um totalitário teocrático.
O Islã às antigas, assim, renasce no Egito, que desde 1992 é vítima dessa campanha de violência armada que finaliza um governo de lei islâmica positivada e desde então funcionários governamentais e cristãos tem sido perseguidos por estes intolerantes. O governo cedeu e garantiu para estes grupos a diminuição da liberdade religiosa, esta se referindo à construção de Igrejas e à prática do cristianismo, ou seja, uma verdadeira inquisição aos moldes islãmicos.
O certo é que o Islã não se compatibiliza com o mundo ocidental e a civilização verdadeira, assim como o marxismo. Cabe à religião muçulmana adequar-se a este mundo como os Emirados Árabes fizeram - permitindo e garantindo a liberdade religiosa daqueles que não nasceram muçulmanos -, mas para isso é necessário consenso, e isso só é possível com instituições políticas que permitam que isso aconteça. Não pode-se impor o próprio sistema para um país que não cabe para aquele sistema - como os Estados Unidos, que impuseram ao Iraque o seu regime presidencialista e acendeu um estopim étnico de gigantes proporções. Deve-se respeitar a instituição política para que ela abrigue o bem comum, que é o bem de todos naquilo em que todos temos em comum.
quinta-feira, 27 de janeiro de 2011
Aviso aos navegantes (2)
Como todos devem ter percebido, estou com o blog parado, mas estou na iminência de reativá-lo.
Esta semana estarei fazendo os últimos preparativos, inclusive reformulando o logo do site e retirando alguns personagens que, como alguns leitores asseveraram (e eu constatei a veracidade), haviam sido "convertidos" para o marxismo. Portanto, sim, alguns personagens desaparecerão. Apenas garanto a permanência de Ètienne Gilson e João Camillo de Oliveira Torres.
Ademais, estou preparando artigos para serem lançados, até o fim desta semana. E como minha vida atualmente está correndo independente de partidos, movimentos e mobilizações políticas, pretendo deixar estes próximos textos menos - digamos - aprisionados.
Por enquanto, peço as suas orações (aos que oram) para que as mensagens de valores que aqui sejam transmitidas cheguem aos ouvidos de quem está alienado ou não está interessado na política, que, queiramos ou não, também é nossa.
Um abraço e até breve... muito breve!
Bruno Dornelles de Castro
segunda-feira, 10 de janeiro de 2011
Aviso aos navegantes
Devido aos estudos para as provas da Ordem dos Advogados do Brasil, que ocorrerão em fevereiro, estarei dedicado à prova, retornando, provavelmente na segunda quinzena de fevereiro.
Para saber exatamente a data do retorno do blog, siga-me no twitter: @brunodcastro.
Atenciosamente
Bruno Dornelles de Castro