Este blog tem se dividido em dois eixos, o primeiro acadêmico, de demonstrar problemas axiológicos através da filosofia, da história e das ciências políticas; e o segundo informal, onde fazemos uma ponte e uma reflexão entre o primeiro e elaboramos o segundo a partir de fatos atuais. O caso deste post é o segundo.
O Wikileaks publicou nesta semana milhares de documentos secretos sobre a relação dos Estados Unidos com os demais países, no qual o país americano classifica, através de sua inteligência interna, o que vêm a ser um risco para sua segurança interna. Isto lhe causou um grande constrangimento e, sucessivamente, acelerou as buscas a Julian Assange, fundador do Wikileaks, acusado de estupro e agressão sexual - o que ele nega e afirma ser parte de uma campanha caluniosa-, pela (acreditem) Interpol. Realmente, é de se constatar de que o provável estupro de Julian, é o primeira a se tornar preocupante em nível internacional. Ademais, não deve ser o pior caso de estupro que o mundo já viu, a ponto da Interpol estar tão comprometida com a sua captura. Mas, façamos apenas a constatação preliminar, não entremos neste mérito.
1. Parece, inicialmente, que os Estados Unidos tem utilizado do Brasil para contra-terrorismo, uma vez que o documento 09BRASILIA1540 afirma que existem "dois discursos diferentes do governo brasileiro em relação ao combate ao terrorismo; politicamente, o Brasil continua a negar a presená e a ameaça potencial de terroristas e terrorismo no Brasil, mas, enquanto isso, os detentores do poder de polícia e a inteligência monitoram e cooperam no combate à ameaça". A Polícia Federal teria prendido, em abril de 2009, uma célula da Al Qaeda no Brasil. O que estaria irritando os americanos é o fato de que o Brasil nega que a Al Qaeda tenha interesse em estabelecer presença no Brasil.
2. O que realmente parece preocupar os Estados Unidos, em relação ao Brasil, é uma liberalidade no que eles chamam de Tri-Boarder Area(TBA), ou fronteira trilateral, composta por Brasil, Argentina e Paraguay (e não Uruguai, como alguns veículos de comunicação haviam publicado), onde haveria uma liberalidade de operações ilícitas que facilitariam o financiamento de grupos terroristas.
3. Outro incômodo: o Brasil, talvez por razões políticas, não possui uma lista oficial de grupos terroristas e os preocupa o fato de não considerar as FARC como uma.
4. Resumindo todo o documento, me parece que o Brasil estaria comprometido a este combate ao terrorismo e estas atividades ilícitas na TBA e que existiria, desde 2003, um pacto entre as agências de inteligência americana e brasileira.
5. Os Estados Unidos enchegam, segundo o documento 08BRASILIA429, o Conselho de Segurança Sul-Americano como um meio para expandir o material bélico dos países que o compõe, reforçando a idéia de liderança brasileira no continente e moderando Hugo Chavez de ser a liderança.
6. No mesmo documento, os americanos vêem o Ministério das Relações Exteriores, chefiado pelo min. Celso Amorim, um problema para a relação entre os dois países, pois este tem sido um empecilho para estabelecer uma política de defesa entre Estados Unidos e Brasil - provavelmente por razões ideológicas.
Para acessar os documentos que citam o Brasil, na íntegra: http://cablegate.wikileaks.org/origin/33_0.html
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