O Homo sapiens, ou o homem que raciocina, sempre teve como característica a sua linguagem símbólica-verbal e o uso contínuo e constante de seu raciocínio para se comunicar e se informar das circunstâncias em geral, ou seja, do mundo em que vive. Isso foi continuado, sucessivamente, com a invenção de meios que aperfeiçoavam o seu raciocínio em face destas circunstâncias através da comunicação, como o jornal e o rádio. Porém, uma invenção acabou com todo o esforço linguístico e racional do homem de adquirir conhecimento: a televisão.
A televisão, ao contrário do rádio e do jornal, não tem como conteúdo principal a dialética ou a notícia, mas sim a própria imagem em si. O homem deixa, assim, de utilizar-se de meios que provocavam o seu raciocínio, para se adequar a um meio que simplesmente o deixava cômodo, que o apegava à imagem e não ao seu conteúdo descritivo. Giovani Sartori, no seu livro Homo videns (o homem que vê) afirma que o homem nunca se divertiu tanto quanto com a invenção da televisão, mas nunca foi também tão cômodo, tão alienado e tão indiferente do mundo.
A invenção da televisão, aliada com o ápice do relativismo moderno do século XX e o início da revolução sexual, iniciada nos anos 60 com a venda de anticoncepcionais, moldaram o homem de uma forma tão individual que deixaria o próprio Nietzche com inveja. A busca intensa por prazer e a indiferença no adquirir conhecimento iriam resultar numa óbvia mudança do que seria senso comum, injetando na cultura ocidental uma busca constante por satisfações temporárias, o que na maioria das pessoas iria ocorrer da forma mais preguiçosa possível, e foi assim que entrou em cena a imagem e o mero prazer em ver.
Agora a modernidade entra em uma nova fase: na desmoralização do ser, onde o corpo deixa de ter valor, a pessoa é um mero animal e as redes de televisão ganham fortunas com as preguiças e com as despersonificações dos sujeitos que participam dos chamados reality shows. É assim que ocorre com o BBB, um programa em sua 11ª edição, recomendado para maiores de apenas 12 anos, e que possui em seu meio um transexual, dois homossexuais e uma ex-atriz pornô, isso sem falar em outras mulheres que não deixaram de tirar a roupa dentro do programa. Assim, o telespectador se torna viciado na imagem e os participantes se tornam animais. O tempo é perdido, o conhecimento é zero e a contribuição para que não se busque raciocínio no futuro é total.
Essa edição do BBB, em especial, foi além nos quesitos de despersonificação. Não bastasse a tamanha promiscuidade, onde praticamente todos já se beijaram na boca, tiraram a roupa ou se embebedaram de vodka, o diretor Boninho cometeu a perversão de escolher para o programa pessoas que não haviam sequer passado em testes psicológicos, logo, pessoas que precisam de ajuda, que sofrem com desequilíbrio mental, e que são colocadas em um ambiente para desequilibra-lo e assim "animar" a trama. É uma maldade sem adjetivações humanas, é como rir de alguém que anda de cadeira de rodas. Mas o nosso senso comum não tem tantas restrições mais quanto a isso, não é?
Eu digo não ao senso comum!
ResponderExcluirQuem sou eu para criticar a TV... A grande massa brasileira: nasceu, cresceu e vai morrendo assistindo TV. Ela tem o seu lado bom, desde que utilizada para tais fins.
ResponderExcluirConcordo com você que o BBB é vergonhoso. Seu diretor pensa apenas em audiência... Os seus participantes vem de tudo quanto é canto.
Estimulam a sociedade a aceitar que é normal, mulher ficar beijando mulher... Respeito, mas não sou obrigado a aceitar tais fatos. Claro, se eu dizer um 'A' sobre tais pessoas, serei tachado de Homofobico. Do mesmo modo que odeiam os Cristãos em especial a Igreja Católica e ninguém sofre nada por isso, creio que eu também não sou obrigado a aceitar tais atitudes dessas pessoas, sem sofrer consequências.
Eu diria que o BBB é o ápice da decadência humana em relação à queda de racionalidade proporcionada pela TV.
ResponderExcluirEu não me importo de dizer: homossexualismo é uma coisa errada, a ciência nunca descobriu um gene que provoca a tal "doença" e as relações "estáveis" dos homossexuais não passam uma média de 3 anos. Isso não é ser homofóbico, é ser realista, é aceitar a moral e a ciência e que a última responda por si só os danos que ele causa.