quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

A maior violação à liberdade religiosa da história do Brasil

Esta semana, veio à tona a circulação, aqui no Brasil, de uma campanha de publicidade da Associação Brasileira de Ateus e Agnósticos em que incitam o argumento de que Deus não existe, bastante parecida com a ocorrida na Europa. Nos cartazes, verdadeiros absurdos e violações à liberdade religiosa, com o argumento de defender o preconceito a ateus.

Primeiramente, que preconceito? Em que mundo os ateus são vítimas de qualquer hostilidade por parte de religiosos? Não me ocorre em mente nenhum ateu que tenha sido ultimamente espancado por razões religiosas ou por qualquer motivo. Ou seja, o argumento é uma desonestidade, uma demonstração de má-fé e de falta de caráter que finaliza ofender os religiosos e incitar o ateísmo.

O ateísmo como crença é permitido, mas como qualquer culto, é limitado e não tem sua liberdade "religiosa" garantida, no sentido de permitir ofender e incitar o desrespeito às religiões. Ademais, o Brasil é um Estado laico - que respeita a pluralidade, mas que não tem decidido uma religião, embora tenha em suas raízes um caráter cristão histórico - e não laicista - no sentido de barrar qualquer tipo de sentimento religioso, como pretendem os ateístas militantes totalitários.

Passemos a comentar a ignorância histórica, filosófica e moral presente nos cartazes:













1. "Se Deus existe, tudo é permitido.", com a imagem do avião que atingiu a segunda torre do World Trade Center, em 11 de setembro de 2001: É inaceitável a natureza de culto que gerou aquele desastre, se provado que, de fato, aquelas pessoas realmente foram mortas em nome de alguma coisa, mesmo que seja um deus. Mas em que mundo judaico-cristão Deus se permite uma atrocidade daquelas? Os ateus certamente estão mais permitidos a cometer atrocidades como aquela do que cristãos, isso porque no passar dos séculos, foi a Igreja Católica que manteve a moral humana como ela naturalmente deve ser. E, afinal, que moral atéia é esta que não respeita a crença? Ademais, Nietzche criticava o cristianismo justamente pela moral e pela procura pela felicidade, que ele não desejava, e era ateu. Seu comportamento incentivava a busca por prazer, dinheiro e poderes de forma egoísta. O que retornaremos mais adiante quando falarmos do caráter da pessoa que acredita em Deus e da que não acredita.

2. "A fé não dá respostas. Só impede perguntas.": São Tomás de Aquino, São Boaventura, Santo Agostinho e dezenas de apologéticos adorariam responder esta por si. É típica de um ignorante que nunca tocou ou pesquisou uma religião ou a rica doutrina formadora da Igreja Católica. Que nunca estudou sobre a moral cristã na filosofia racional, que, por fim, nunca teve uma formação moral verdadeira porque baseou sua formação de consciência no seu próprio egoísmo. É um filho do relativismo, mas é, além do mais, um filho retardado! A Suma Teológica de São Tomás de Aquino possui 512 questões respondidas sobre a moral humana - todas completamente adequáveis aos dias de hoje e feitas para a moral humana - isso sem falar nas centenas de encíclicas papais já escritas desde a Rerum Novarum (1891). Ademais, foi a fé em um ser superior que permitiu que Platão e Aristóteles entendessem primariamente o espírito e a alma humana, que viria mais tarde, com a filosofia tomista, a ser aperfeiçoada, a fim de chegarmos à perfeição do conceito de dignidade da pessoa humana com Jacques Maritain, João Paulo II, Ètienne Gilson, entre outros.

3. "Somos todos ateus com os deuses dos outros.": Aqui o ignorante entra em total incoerência e confusão. Ele vai contra Deus, mas julga quem não acredita naqueles deuses. Ele expõe na foto a deusa Kali, do hinduísmo, o deus egípcio Hórus e Jesus Cristo. Realmente, Jesus Cristo não é Kali e nem Hórus, então porque a preocupação e o desrespeito por eu ter crença em um só Deus que não são aqueles? Aqui é onde a publicidade atéia tenta conquistar as massas com argumentos que sequer quem os criou consegue-os explicar por serem completamente incoerentes. Como disse, trata-se de um filho "retardado" e mal caráter do relativismo, pois utiliza da imagem e do apego que as pessoas tem pela imagem e pela sua mensagem negativa para simplesmente manipular uma opinião. Em uma sociedade em que o homem não é mais pensante (sapiens) mas espectador e apegado ao que vê (videns) e desapegado do que lê ou estuda - como afirma Giovanni Sartori em Homo videns - uma simples publicidade destas pode se tornar uma forma muito perigosa e eficaz de manipulação.

4. "Religião não define caráter", com uma foto de Charles Chaplin - com uma legenda de "Não acredita em Deus" - e outra de Adolf Hitler - "Acredita em Deus": Esta é a minha favorita. Adolf Hitler não acreditava em Deus! Foi tão combatente aos chamados primogênitos de Deus que exterminou 20 milhões só deles. Combateu além dos judeus, a Igreja Católica, que, através do arcebispado de Munique, declarou excomungada qualquer pessoa que ajudasse ou fizesse parte do Partido Nacional Socialista Alemão dos Trabalhadores. Por isto, ao entrar em Roma, Hitler planejava capturar e matar Pio XII por estas e outras razões. Encarou de frente a Igreja de Cristo. Havia, porém, no regime nazista um gnosticismo, que não era praticado por Hitler mas por Joseph Goebbels - ministro do Povo e da Propaganda do nazismo - que - por ser a gnose mais um conhecimento religioso do que uma crença - utilizou de inúmeros símbolos católicos e gnósticos para formar a imagem de Hitler como o Deus-Führer e da Alemanha como parte deste "reinado".
Ademais, Charles Chaplin é o melhor exemplo como ateu? Charles Chaplin, nos tempos em que a família era valorizada, no início do século XX, se divorciou duas vezes, se casou três, num tempo em que não havia revolução sexual, não havia pílula anticoncepcional e que tampouco Paulo VI pensava ainda em ser Papa e em escrever Humanae Vitae para criticar os erros a respeito da neocultura sexual. OK, Charles Chaplin não é o demônio, podia ser um homem de boas intenções, apesar dos desvios que poderiam torná-lo um hipócrita aos olhos do objetivismo.

Mas pergunto, porque então não colocar Joseph Stalin na área que não acredita em Deus? Ele que assassinou de mais de 30 milhões de camponeses, modificou nome de cidades cristãs, confiscou alimentos para matar a população de fome e exterminou a fé católica na sua "democracia" comunista.
Porque não colocar Nietzche, que, como eu disse anteriormente, afirmou que, se matamos nosso Deus, vamos criar o homem-Deus, vamos ser egoístas e buscar tudo que nos satisfaça. É um exemplo de caráter como ateu, não é?

O ateísmo militante precisa ser combatido, as vozes religiosas não podem se calar em face de tamanha manipulação pública e ofensa ao nosso sagrado.

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