quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Homens são de Marte, mulheres são de Vênus, mas os socialistas são da Lua!

Caro leitor, eis a pergunta que lhe faço: a pessoa humana é um ser social (coletivo) ou individual? Para o nosso personalismo, é ambas. Assim como é no coletivo, na comunidade, que a pessoa exerce sua dignidade em busca do seu bem comum, que também é seu bem próprio, vai ser no individual que ela determina fazer o que é o bem comum - através de reconhecimento e ponto-de-vista - e apresenta todos os elementos - corolários à prudência - para chegar a este bem comum, que, como já dissemos muitas vezes, é o bem de todos, estritamente no que todos temos em comum: o fato de sermos pessoas humanas.

Étienne Gilson, no livro O Espírito da Filosofia Medieval, nos recorda Aristóteles, que a partir de sua visão individualista do homem, que, em busca de sua auto-suficiência, encontra em sua família, em sua aldeia e em sua Cidade todos os elementos necessários para contemplar a sua felicidade. Não é uma visão individualista a priori, vez que para buscar a sua auto-suficiência o homem vai ter de participar de meios sociais que o assemelham aos outros, isso é em outras palavras participar da polis e da formação humana de sua família. O único problema apresentado por Aristóteles se faz, portanto, no momento em que coloca a desigualdade do caráter humano como acidental, mas como derivada da natureza, negando uma força superior que o auxilia e lhe dá talentos para que ele possa contribuir no social e na polis.

Porém, Aristóteles faz uma crítica em A Política a Platão justamente por este considerar que todos eram absolutamente iguais, entendendo que ele haveria sugerido o comunismo de propriedades privadas, de esposas e famílias, o que segundo ele iria destruir o afeto natural. Wambert Gomes Di Lorenzo relata um caso parecido ocorrido nos kibutzims judaicos, no seu livro Teoria do Estado de Solidariedade, onde o marxismo - a doutrina que traz o coletivismo e o socialismo no seu DNA - trouxe suas tendências de socializar, não apenas os meios de produção e os bens de consumo - importantes para a sociedade israelense que consome destes bens - mas o próprio espaço da família e da vida privada, tornando-os experiências totalitárias de sucesso econômico e militar, mas de fracasso humano, em relação à realização dos fins da pessoa, minimizando-a a uma pequena engrenagem de um grande relógio.

O pior de tudo é que todas as experiências socialistas vividas por Rússia, Polônia, Ucrânia, Coréia do Norte e muitos outros países, sem falar das mais de 100 milhões de mortes - quase 15 vezes mais do que a experiência nazista -, ou da afronta à liberdade religiosa e humana inerente à pessoa, não foram necessárias para estes ideólogos apaixonados. Estes coletivistas psicologicamente tarados estão à solta, seguindo à risca o seu projeto de dominação cultural escrita por Antonio Gramsci, e utilizando-se de partidos, da Igreja Católica, dos sindicatos, do Estado e de qualquer meio da sociedade civil que possam instrumentalizar, desviar suas funções e utiliza-las em prol de suas ideologias. Aliás, já estão o fazendo e o pior: eles estão no comando agora.


Fontes utilizadas:

  • GILSON, Étienne. O Espírito da Filosofia Medieval. São Paulo: Martins Fontes, 2006.
  • DI LORENZO, Wambert Gomes. Teoria do estado de solidariedade: da dignidade da pessoa humana aos seus princípios corolários. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010.
  • ARISTÓTELES. A Política.

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